A TEMPESTADE



Quando o ar sufocante,
Quando a sombra tudo invade,
Eis que chegam de repente
Os carros da tempestade.

Trovões, coriscos, estalos,
Granizos, treva. Aspereza;
São convulsões dolorosas
Das forças da Natureza.

Velhas copas opulentas,
Antigas frondes em festa,
Tombam gritando assustadas
Na escuridão da floresta.

Os furações implacáveis
Matam flores, levam ninhos;
A corrente do aguaceiro
Muda a face dos caminhos.

Mas no dia que sucede
Ás sombras da convulsão,
A terra é limpa e tranqüila.
Na paz da vegetação.

O céu é claro-azulado,
O dia é de linda cor,
Tudo chama novamente
A nova expressão de amor.

Quem não teve em sua vida
A tempestade também?
Depois de tudo arrasado,
Floresceu, de novo, o bem.

Aflições e desencanto,
Renovação de ideais,
Desilusões dolorosas,
Desabamentos fatais.

Deus, porém, jamais esquece
De atender e renovar;
Apenas pede aos seus filhos
A energia de esperar.

*

Caso venha a tempestade,
Guarda a força calma e sã.
Deus é Pai. Ora e confia.
A vida volta amanhã.

Do livro “CARTILHA DA NATUREZA” pelo Espírito Casimiro Cunha – psicografado por Francisco Cândido Xavier